em uma peça ou artefato domiciliar é uma arte denominada cerâmica, que
existe há milhares de anos. A palavra “cerâmica” vem do grego, “kéramos”, que, em português,
significa “terra queimada” ou “argila queimada”.A identificação do ser humano com a cerâmica é bem mais antiga e complexa do que supomos, uma vez que suas possibilidades de uso se ampliam cada vez mais nas diferentes sociedades. Perpetuando os conceitos
milenares que permeiam o fazer cerâmico e acrescentando novas abordagens, o Instituto de Arte e Cerâmica(IACE), que existe há 26 anos, foi criado com o objetivo de melhorar a qualidade de vida aplicando as técnicas básicas da arte em cerâmica e induzindo à reflexão para o
gerenciamento do estresse e à ampliação da competência criativa e perceptiva daquele que deseja expressar sua subjetividade, pensamento e gosto estético.Atendendo aos mais variados públicos, o IACE tem conseguido atingir sua meta, como é a história da aluna
Vivien Nobel, que declarou: “A arte em cerâmica é mais do que um estilo artístico, é um motivo para viver”. A aluna, que, desde os 17 anos sofre de distúrbio bipolar,
foi orientada por sua psicóloga a realizar atividades ocupacionais para que pudesse se socializar novamente.Dança, pintura a óleo e em tecido, aquarela e outras
opções não supriam suas necessidades. “Como desde pequena gostava de mexer com o barro e admirava as peças construídas, minha psicóloga sugeriu que eu procurasse
fazer terapia com a cerâmica”, conta ela.Antes de conhecer o IACE, Vivien fez terapia em outras
escolas, mas não obteve resultados positivos em seu tratamento, uma vez que as turmas mudavam constantemente, e os professores não terminavam o curso.Para ela, esse tipo de situação era desfavorável uma vez que, quando conseguia se adaptar às pessoas, tudo acabava
mudando, e seu tratamento voltava a zero. Depois de passar várias vezes na frente do IACE, Vivien resolveu entrar e, segundo suas palavras, “...acabei me apaixonando
pelo lugar e pelas pessoas”. Movida pelo carinho que recebeu na sua primeira aula, ela se matriculou em março de 2005 e até hoje permanece no Instituto, onde vem obtendo melhoras nas
atividades realizadas em grupo.Segundo o instrutor do IACE, Marco
Aurélio Mesquita, “algumas pessoas procuram a arte em cerâmica por estarem enfrentando
problemas pessoais ou no trabalho.Mostrar ao aluno que ele é capaz de
criar uma peça é fantástico, porque assim como o processo de criação é contínuo e
evolutivo, a pessoa que está criando também evolui”.Vivien acrescenta ao que Mesquita
pontuou: “Participando das aulas, vejo que o processo de criação é infinito e
aqui me sinto realmente segura e consigo interagir com as outras pessoas”. Seu
progresso é tão grande que já produziu cerca de 50 peças, entre utilitários e vasos.
Seus trabalhos são freqüentemente mostrados como exemplo para os iniciantes
dos cursos do IACE, o que faz com que ela se sinta gratificada.
Vivien fica feliz pois, pela primeira vez, está sendo notada por algo bom e não pelos seus problemas.
Para ela, isso é uma forma de reconhecimento.Instituto de Arte Cerâmica
O IACE já atendeu mais de 6.000 alunos. Profissionais liberais, cozinheiras, donas de casa, em geral com idade entre 30 e 70 anos, formam o perfil do público atendido pelo Instituto. “A cerâmica é reconhecidamente uma das terapias ocupacionais que mais trazem
retorno por trabalhar os diversos campos emocionais em que a leveza do trabalho manual ajuda as
pessoas a controlar seus sentimentos e impulsos”, afirma José Vieira, coordenador do Instituto.
O IACE é ligado à Fundação Mokiti Okada e está localizado à Rua Frei Euzébio da Soledade, 84 – Vila Mariana, São Paulo. Os contatos para informações
sobre os cursos podem ser feitos pelos telefones(011)5573-8099 ou 5571-1264, ou pelo e-mail
iace@fmo.org.br.
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