“Tetsuo Watanabe: meu mentor” – Mensagem do Masaaki-Sama N.º 16, janeiro de 2023



 Depois de completar meus estudos universitários na Austrália, regressei ao Japão sabendo que eu precisaria procurar um emprego.

Participei de algumas feiras de empregos e conversei com pessoas de várias empresas. Mas algo parecia não estar certo. Eu sentia que a minha vida estava preparada para outra coisa. Então, gradualmente, um sentimento cresceu dentro de mim: o sentimento que eu queria ajudar meu pai, Kyoshu-Sama, e ser útil, mesmo que um pouco, para a Obra Divina de Meishu-Sama.

Foi assim que, um dia, em março de 2005, aos 24 anos de idade, eu disse para Kyoshu-Sama que queria ser útil a Kyoshu-Sama, a Meishu-Sama.

A primeira coisa que ele me disse foi: “Precisamos receber a permissão de Sandai-Sama”. E, então, ele disse: “Uma vez que receber a permissão dela, você tem que se encontrar com o Watanabe sensei”.

No dia seguinte, Kyoshu-Sama e eu fomos autorizados a nos reunirmos com Sandai-Sama e pedimos a permissão dela – a permissão para eu estar envolvido na Obra Divina.

Aqui, depois de conceder sua permissão, Sandai-Sama perguntou para Kyoshu-Sama: “Quais são os seus planos para ele?” Kyoshu-Sama respondeu: “Meu plano é que ele se encontre com o Watanabe sensei, em quem eu confio, e comece a partir daí”. Então, Sandai-Sama disse – eu ainda me lembro desse momento como se fosse hoje – ela disse a Kyoshu-Sama, e de uma forma indireta para mim, o seguinte: “Deixe o Watanabe sensei ferver ou assar como ele deseja. Será um bom treino para o Masaaki”.

“Ferver ou assar como deseja” é um ditado japonês que significa: tratar alguém como você quiser, livremente; como achar melhor. Ou seja, Sandai-Sama e Kyoshu-Sama confiaram ao Watanabe sensei a tarefa de me treinar e me formar.

Alguns dias depois, lá estava eu com o Watanabe sensei, só nós dois, em um restaurante de sushi em Atami. Antes de começar a falar, ele colocou a mão no bolso interno do seu paletó e tirou alguns papéis. Então ele me disse: “Eu te dou isso”.

Olhei para os papéis e vi que era o texto mais recente das Palavras de Kyoshu-Sama. Ele me disse: “Eu já li dez vezes e, portanto, você precisa ler também”.

Acho que essa foi a maneira de ele me dizer que, primeiro, ele reverencia e respeita profundamente Kyoshu-Sama, e, depois e o mais importante, essa foi a maneira de ele me dizer: “Não tenha Kyoshu-Sama como uma garantia só porque ele é seu pai. A partir de hoje, você deve receber Kyoshu-Sama, não como seu pai, mas como Kyoshu-Sama”.

Perto do final do nosso encontro, o Watanabe sensei me disse: “Hoje, eu vim para te dizer uma coisa”. Eu já estava nervoso só por me encontrar com ele pela primeira vez, e isso me fez ficar ainda mais nervoso. Ele me disse: “Hoje, tome a firme decisão em seu coração de que você será o Kyoshu desta Igreja no futuro. A partir de hoje, você deve ver, olhar, ouvir e experimentar todas as coisas com essa decisão firmada em sua mente. Sem tomar essa decisão, tudo o que você experimentar será um desperdício”.

Por não esperar que meus ouvidos escutassem uma coisa como aquela, fiquei atônito e sem palavras.

Mas, então, ele continuou: “Então, o que você me diz? Você tomará sua decisão agora? Sim ou não?”

Eu falei um “Sim” não muito convincente para ele. Imediatamente, ele me disse: “Eu não aceito isso. Isso é um sim ou um não?”

Por alguma razão, eu senti um pouco de medo de dizer sim para ele. Quer dizer, eu havia acabado de me formar na universidade e o que ele estava me dizendo soava como algo tão grande – e certamente, sim, era algo enorme.

Mas fui obrigado a me decidir ali, naquela hora. Depois de alguns segundos em silêncio, que para mim pareceram várias horas, eu disse: “Sim”. Eu não disse isso em voz alta, nem com convicção, mas lembro-me de ter dito esse “sim” sentindo que era como se eu estivesse mergulhando em algo desconhecido, entregando todo o meu ser a esse algo.

Não tenho certeza, ainda hoje, se aquele “sim” satisfez ou não o Watanabe sensei, mas, mesmo assim, ele aceitou o meu “sim” consentindo com a cabeça, sem dizer nada.

Desde então, meu tempo com ele começou.

Até falecer, em 2013, ele me ensinou tantas coisas que é impossível contar todas elas agora. Mas tudo se resume em um ponto, e esse ponto é servir.

Através das suas palavras e atitude, ele queria que eu aprendesse a importância de servir.

Quando ele colocava a mão no bolso, era hora de fumar. Então, no momento em que ele ia pegar seu cigarro, eu preparava um cinzeiro – antes dele dizer, é claro.

Quando ele queria escrever algo, eu tinha que preparar uma caneta e papel. Então, eu sempre tinha isso preparado no meu bolso, pronto para ser usado.

Nós dois jantamos juntos por muitas vezes. Às vezes, ele me perguntava: “O que você quer comer esta noite?” Mas, para mim, essa pergunta era uma espécie de desafio dele, que realmente significava: “Será que você consegue adivinhar o que eu quero comer esta noite?”

Dessa maneira, fui treinado para pensar no que o Watanabe sensei queria, em vez de me colocar em primeiro plano. Ou seja, fui treinado para servir.

O que ele quer neste exato momento? O que ele está pensando? Será que ele quer beber café agora ou mais tarde? Será que ele quer que eu fale ou fique quieto?

Para alguns, tudo isso pode parecer antiquado. Mas, para mim, isso não era. Dessa maneira, eu pude aprender como servir a alguém e que esse alguém, por fim, era Deus. Através do reverendo Watanabe, pude aprender a importância de servir a Deus, a importância de deixar seus próprios desejos para trás e viver pelos desejos dos outros, ou seja, a vontade de Deus.

E a chave para esse treinamento é entender que, para servir a Deus, vocês têm que fazê-lo através do servir a alguém neste mundo físico. Kyoshu-Sama é a única exceção, pois é ele quem serve ao invisível, representando a todos nós. Mas para nós, se não servirmos através de alguém neste mundo físico, acabamos criando uma imagem de Deus e Meishu-Sama que nos convenha e dizemos que estamos servindo a eles quando, na verdade, estamos servindo aos nossos próprios desejos.

É por isso que a existência de Kyoshu-Sama é vital para a nossa fé em Meishu-Sama. Ao deixar seus desejos de lado e focar nos desejos de Kyoshu-Sama, vocês conseguem aprender como servir. Se não, mesmo que os senhores digam: “Eu sirvo a Meishu-Sama”, como vocês conseguem saber que estão certos? Como vocês conseguem saber o que Meishu-Sama quer agora? A voz de Kyoshu-Sama é a voz de Meishu-Sama. Essa foi a filosofia, a fé e o princípio que o Watanabe sensei defendia fortemente.

Os anos que passei junto ao Watanabe sensei proporcionaram a mim uma base bem sólida para me tornar uma pessoa religiosa. Ele me ensinou que é somente servindo ao seu superior que você pode servir a Kyoshu-Sama e, por fim, servir a Meishu-Sama e a Deus.

Às vezes, ele era muito rígido comigo, mas, sem ele, o eu de hoje não existiria e tenho uma dívida eterna com ele, pelo amor que ele me deu através do seu treinamento.

Se o Watanabe sensei estivesse vivo durante esta purificação na Igreja, ele teria sido o primeiro a defender Kyoshu-Sama. Aqueles que dizem o contrário estão cegos, são pessoas ignorantes que não conseguem entender a missão do Watanabe sensei aqui na Terra.

Ele viveu na Terra para servir a Kyoshu-Sama. A sua missão foi servir a Kyoshu-Sama.

Ele sempre me dizia: “Meu pai, Katsuiti Watanabe, serviu a Meishu-Sama, a Nidai-Sama e a Sandai-Sama. E, quanto a mim, eu sirvo a Sandai-Sama e a Kyoshu-Sama”.

Acho que eu ouvi ele dizer essa frase pelo menos umas cem vezes, tamanha era a sua paixão por Kyoshu-Sama.

Foi lamentável ver algumas pessoas distorcerem o seu legado na Terra, forjando uma imagem de que ele não era uma pessoa centralizada em Kyoshu-Sama. Dessa maneira, eles estão negando a existência do próprio Watanabe sensei, alguém que dedicou sua vida à Obra Divina de Meishu-Sama através de Kyoshu-Sama.

Quero dizer: será que eles realmente acreditam que o Watanabe sensei estaria do lado daqueles que seguem e filmam secretamente Kyoshu-Sama e a esposa de Kyoshu-Sama? Que bobagem. Ao longo de sua vida, o Watanabe sensei lutou contra eles para proteger Kyoshu-Sama e foi muito atacado por eles por fazer isso.

Mas eu acredito que, no fundo, eles sabem. Eles sabem que estão traindo o Watanabe sensei ao terem abandonado Kyoshu-Sama. Para eles, eu só tenho isto a dizer: “O Watanabe sensei está observando vocês, junto a Meishu-Sama, Nidai-Sama e Sandai-Sama, esperando o dia em que vocês se arrependerão”.

No Brasil, vocês que herdaram o espírito do Watanabe sensei se ergueram, e aqueles que abandonaram o Watanabe sensei saíram da verdadeira Igreja de Meishu-Sama.

Na África, vocês que herdaram o espírito do reverendo Francisco, também conhecido como Chiquinho, que era um dos principais discípulos do Watanabe sensei, se ergueram.

Watanabe sensei, a semente que o senhor semeou – a semente da fé centralizada em Kyoshu-Sama – agora ela se desenvolveu e está começando a dar frutos.

Watanabe Sensei, meu mentor, meu único mentor, minha gratidão ao senhor para sempre.

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