Os médicos Andrew Weil e Michael
Dixon identificam-se plenamente com a visão
de Mokiti Okada sobre a medicina e a saúde.
O dr. Andrew Weil, diretor do Centro de Medicina Integrada da Universidade do
Arizona, e o dr. Michael Dixon, presidente do Sistema Nacional de Segurança
de Saúde da Inglaterra, visitaram o Japão em ocasiões diferentes mas, durante
a permanência no país, tiveram o primeiro contacto com o Johrei e a filosofia
de Mokiti Okada. A entrevista a seguir foi editada a partir do material produzido
em vídeo sobre o encontro que eles mantiveram em Washington, em Outubro
de 2010, e que teve como foco principal a troca de impressões sobre a
contemporaneidade das propostas de Mokiti Okada, a importância das pesquisas
sobre o Johrei e a sua atuação nos âmbitos científico e social.
JS – Dr. Dixon, o senhor introduziu a prática da terapia espiritual como medicina complementar no consultório. Qual a receptividade dos seus pacientes com o Johrei?
Dr. Dixon:Para os meus pacientes, o conceito que embasa a prática do Johrei gera resultados
incríveis. Muitos deles dizem: “Infelizmente, não há nada que eu possa fazer pela minha garotinha
ou pelo meu marido” ou algo parecido. Contudo, ao receberem informações sobre o Johrei descobrem algo que efetivamente funciona e que lhes dá uma visão completamente diferente sobre a
vida, sobre coisas que podem fazer uns pelos outros. Isso lhes traz um novo modo de pensar
ligado à filosofia do Johrei. É o dar e o receber e, portanto, você cria um paradigma de cura
muito diferente, que não se refere ao paciente como sendo a vítima. É descobrir que você
realmente pode fazer algo e também ser capaz de compartilhar experiências com os outros. Acho
que se trata de uma filosofia maravilhosa,
um modo admirável de interagir, de se comportar entre as pessoas.
JS – Dr. Weil, quais as suas primeiras impressões sobre a filosofia de Mokiti Okada?
Dr. Weil: Eu também fiquei impressionado quando fui ao Japão pela primeira vez. Lá, existe
um movimento, uma tradição com a qual eu concordo inteiramente, em termos de princípios:
a valorização da arte e do belo, a agricultura natural e este tipo de “cura” interativa. Acho
isso muito bom até mesmo porque, com certeza, são coisas que eu aplico ou tento aplicar em
minha vida. Esta é uma das razões por que eu me senti atraído pelo Johrei, desde a primeira vez
que tive contacto com ele.
JS – Dr. Weil, algum outro aspecto chamou a
sua atenção, de modo particular?
Dr. Weil:O que achei muito atraente e útil é que Mokiti Okada define a doença como um processo
de purificação. Essa abordagem está sendo capaz de dar às pessoas um modo diferente de pensar
a doença. Ao invés de ser terrível o que está acontecendo com você, ela o está conduzindo a
um ponto melhor de equilíbrio. Acho muito útil
poder dar às pessoas outros meios de conceituar a doença.
JS – O senhor concorda, Dr. Dixon?
Dr. Dixon:Realmente, esse é um conceito
muito moderno. Veja bem: temos a atividade cancerígena e um sistema imunológico que
está produzindo células contra aquele câncer o tempo todo. Em muitos casos, a patologia vence
a batalha mas, se você resistir, a sua sobrevida poderá ser bem mais longa se houver uma atitude
mental correta com relação ao problema. Logo, este é o ponto da crença e do amor incondicional
e coisas que as pessoas podem dar a elas mesmas. Isso também é ciência. Além do que, trata-se de
uma filosofia maravilhosamente entusiástica e acho que criar associações ao redor do mundo,
como vocês fazem, é muito importante. Na Inglaterra, temos essa terrível expressão que
todos ficam repetindo: “A sociedade está doente, a sociedade acabou”. Tivemos um governo que
disse, há alguns anos, que “não existe tal coisa como sociedade”. Agora temos um governo que
diz que deseja criar uma grande sociedade. Os governos não podem criar coisas como essa. Elas
precisam ser feitas pelas pessoas e estas estão se relacionando, do mesmo modo que eu acho que o
Johrei está mostrando como fazer isso.
JS – Dr. Weil, como pioneiro da aplicação da
medicina integrada, o senhor vê algo inovador nos preceitos de Mokiti Okada?
Dr. Weil:Acho que a filosofia de Mokiti Okada tem
muito a oferecer, nos dias de hoje, em termos de como viver em harmonia com o meio ambiente e,
sobretudo, como cultivar os alimentos, apreciar o belo e descobrir o poder de cura que temos
dentro de nós, podendo compartilhar isso com os outros. É uma filosofia consistente e plenamente
afinada com os preceitos da medicina integrada que é praticada hoje. Há ainda um ponto que
gostaria de abordar. Quando dou aula para médicos, estudantes de medicina ou para o
público em geral, frequentemente faço a pergunta: “Como podemos pensar que a única maneira
legítima de tratar as doenças é prescrevendo medicamentos?” Esta é uma questão importante.
Tanto a ministração como a ingestão de remédios devem ser ações cuidadosas.
JS – O Dr. Dixon é da mesma opinião?
Dr. Dixon: Sim. Mokiti Okada estava muito
à frente de seu tempo. Eu adoro a tendência dos pacientes serem capazes de se curarem.
Podemos transformar as nossas vidas mudando a nossa dieta e o nosso pensamento com técnicas
corporais ou seja lá o que for. Nós médicos, na verdade, deveríamos estar tratando as pessoas de
uma forma nova, orientando-as e esperando que elas se tornem capazes de tratar a si próprias.
Acho que se pudéssemos resumir o que Mokiti Okada diz e colocar as suas propostas no cérebro
de todos os médicos, enfermeiras e terapeutas do país, diminuiria bem os gastos com a saúde.
JS – O que fazer para levar essa nova visão ao
maior número de pessoas possível?
Dr. Weil:Bem, acho interessante difundir a
filosofia de Mokiti Okada, que é muito poderosa. Na verdade, como ele é muito preciso, penso
que familiarizar as outras pessoas com os ensinamentos dele seja muito importante e
valioso, inclusive para mim e isso não precisa ser feito num contexto religioso.
Dr. Dixon:Exatamente. Mas é importante que
as características do povo sejam preservadas.
O ideal seria formar pessoas que, tornandose membros, pudessemm difundir a filosofia
de Mokiti Okada de forma identificada com a cultura local. Apresentar um modelo já pronto,
como se estivesse levando algo em que as pessoas
deveriam acreditar é um método obsoleto, no meu ponto de vista.
0 comentários:
Postar um comentário